Numa fabulosa árvore secular,
De onde se avista uma nesga de mar,
Existe um retiro, bem protegido,
Que ao olhar passa despercebido.
É um pequeno e acolhedor wine bar,
Nos limites da vinha, um excelente lugar,
Onde todos os dias, todos sem exceção,
Os que sobrevivem e prosperam vão
Celebrando a vida com um copo na mão,
Alegremente e até ao seu último tostão.
Os laços aqui criados,
Efémeros, mas admirados.
Eram maiores que o pensamento,
Tal como dizia o Zeca, com fundamento.
E quando alguém batia a bota,
É duro, mas digno de nota,
Todos pareciam entender,
Que a vida é curta e passa a correr.
E a razão para persistir e continuar
Encontravam-na à mesa, ou junto do bar.
Todos os dias, e até ao dia presente,
Três mantinham presença permanente.
Uma Coruja, um Texugo e um Camaleão,
Sábios e com poder de argumentação.
Aristocratas, repletos de conhecimento,
Lideravam este palco com discernimento.
O que debatiam era difícil de superar,
E os que ali estavam, deixavam-se levar,
Ouvi-los era um exercício exigente,
Todos aprendiam, bastava estar presente.
Os seus debates eram intensos,
Complexos, amplos e densos.
Do futuro ao passado, da política à religião,
Mas neste dia, surgiu uma simples questão.
Sobre as virtudes de um desconhecido,
Um tópico novo, mas fugazmente debatido.
Revelando incertezas e interrogações,
Elevando aquilo que eram os seus padrões,
Culminando numa lição importante
Para além do óbvio, bem distante.
“Temos um GOAT nas redondezas!”,
Exclama o Texugo, sem miudezas.
“Ele é o melhor ou é uma falácia?”,
Pergunta a Coruja, com perspicácia.
Uma Cabrita, que estava por ali,
Reage dizendo: “Ele é o melhor que já vi!”
“Ele é bom ou é uma grande peça?”,
Intervém o Camaleão, sem sinais de pressa,
“O epíteto GOAT é difícil de carregar,
pois a fama e a glória são fáceis de enterrar.”
“Existirá um GOAT sem obsessão?
E o seu caráter é próximo da perfeição?
É egocêntrico? Refém do seu reflexo?”,
Disse a Coruja, tornando o assunto complexo.
“Concordo, mas eis a minha conclusão!”,
Declara o Texugo, sem hesitação,
“Não importa a capacidade ou a competência.
Ele deve inspirar e respeitar a sua audiência.”
“Brindemos a isso!”, exclama o Camaleão,
“Vinho servido e copos na mão!”
Perante a euforia e o idealismo partilhado,
Sentindo que o assunto estava arrumado,
Ninguém notou ou deu atenção,
A uma sombra volumosa, ao ranger do chão,
E ao perfume leve, mas difícil de ignorar,
Cítrico e fresco, que se apossou do ar.
Laranjas do Algarve, certamente deliciosas,
Irresistíveis e invariavelmente formosas.
Só um tossir forçado os chamou à atenção,
E o silêncio surgiu, assim como a tensão.
“As melhores laranjas para degustar!
Nossas, de sabor único, e difíceis de igualar.
Aroma e textura, perfeitamente alinhados,
Identificáveis, até de olhos fechados.
Frutadas e suculentas, não o digo sozinho,
Acho que até poderiam dar nome a um vinho!
E fruta sem cor, conseguem imaginar?
Doçura e acidez juntas, é fácil de encontrar?
E quem as semeia e as tem de tratar?
Faz jus à natureza ou ao seu paladar?”
Furando o silêncio, e fora de si,
A Cabrita grita: “É o GOAT, o melhor que já vi!”
A reação global era fácil de perceber,
Espanto e surpresa, nada a dizer.
Este era um padrão difícil de entender,
Nem os sábios sabiam o que fazer.
Que ilações tirar desta exposição?
Qual o modo de avaliar esta visão?
Será este o melhor da sua geração?
Porque falou em vinho? Qual a ligação?
Entre as laranjas, e saída do nada,
Uma garrafa de vinho foi apresentada.
Luminosa, cativante e opulenta,
De nome GOAT e laranja de curtimenta.
“Voilà… laranja do Algarve e vinho,
Uvas divinas, arte e carinho.”
E com isto, aumentou o seu tempo de antena,
Por isso, continuou… voltando ao tema.
“E se o vinicultor não seguiu a sua paixão,
Seguiu o gosto, a moda ou a tradição?”
“Alguém aqui conhece este vinho?
Certamente ninguém, quase que adivinho.
É o maior de todos os tempos do seu género,
Criado e tratado com cuidado, mas efémero.
Estruturado, equilibrado e admirável,
Único, sublime e inigualável,
Até o seu design é assinalável.
E a propósito a compra online… é impecável.
Mas, principalmente, porque é irrepetível,
Porque parar o tempo, é impossível.”
A seguir, o vinho foi servido,
Tornando o ambiente mais descontraído.
E mesmo que a discussão principal,
Se tenha esfumado, e tornado trivial,
Ninguém ficou indiferente,
Sobre o quão satisfatório era intelectualmente
Aquele vinho e momento improvável,
Que fizeram daquela uma noite memorável,
Tornando-a num ato de felicidade,
Mostrando que a virtude é feita de simplicidade.
A noite estendeu-se até ao amanhecer,
Entre retórica, pontos de vista e saber.
E para o brinde final desta história,
Repleto de compromisso, coragem e glória,
Todos concordaram em união,
Fazer uma profunda declaração:
“Mesmo que o amanhã não exista,
E alguém aqui presente não persista,
Este momento será recordado,
E na nossa memória para sempre registado.”
Numa fabulosa árvore secular,
De onde se avista uma nesga de mar,
Existe um retiro, bem protegido,
Que ao olhar passa despercebido.
É um pequeno e acolhedor wine bar,
Nos limites da vinha, um excelente lugar,
Onde todos os dias, todos sem exceção,
Os que sobrevivem e prosperam vão
Celebrando a vida com um copo na mão,
Alegremente e até ao seu último tostão.
Todos os dias, e até ao dia presente,
Três mantinham presença permanente.
Uma Coruja, um Texugo e um Camaleão,
Sábios e com poder de argumentação.
Aristocratas, repletos de conhecimento,
Lideravam este palco com discernimento.
O que debatiam era difícil de superar,
E os que ali estavam, deixavam-se levar,
Ouvi-los era um exercício exigente,
Todos aprendiam, bastava estar presente.
“Temos um GOAT nas redondezas!”,
Exclama o Texugo, sem miudezas.
“Ele é o melhor ou é uma falácia?”,
Pergunta a Coruja, com perspicácia.
Uma Cabrita, que estava por ali,
Reage dizendo: “Ele é o melhor que já vi!”
“Ele é bom ou é uma grande peça?”,
Intervém o Camaleão, sem sinais de pressa,
“O epíteto GOAT é difícil de carregar,
pois a fama e a glória são fáceis de enterrar.”
Perante a euforia e o idealismo partilhado,
Sentindo que o assunto estava arrumado,
Ninguém notou ou deu atenção,
A uma sombra volumosa, ao ranger do chão,
E ao perfume leve, mas difícil de ignorar,
Cítrico e fresco, que se apossou do ar.
Laranjas do Algarve, certamente deliciosas,
Irresistíveis e invariavelmente formosas.
Só um tossir forçado os chamou à atenção,
E o silêncio surgiu, assim como a tensão.
“As melhores laranjas para degustar!
Nossas, de sabor único, e difíceis de igualar.
Aroma e textura, perfeitamente alinhados,
Identificáveis, até de olhos fechados.
Frutadas e suculentas, não o digo sozinho,
Acho que até poderiam dar nome a um vinho!
E fruta sem cor, conseguem imaginar?
Doçura e acidez juntas, é fácil de encontrar?
E quem as semeia e as tem de tratar?
Faz jus à natureza ou ao seu paladar?”
“Alguém aqui conhece este vinho?
Certamente ninguém, quase que adivinho.
É o maior de todos os tempos do seu género,
Criado e tratado com cuidado, mas efémero.
Estruturado, equilibrado e admirável,
Único, sublime e inigualável,
Até o seu design é assinalável.
E a propósito a compra online… é impecável.
Mas, principalmente, porque é irrepetível,
Porque parar o tempo, é impossível.”
A seguir, o vinho foi servido,
Tornando o ambiente mais descontraído.
E mesmo que a discussão principal,
Se tenha esfumado, e tornado trivial,
Ninguém ficou indiferente,
Sobre o quão satisfatório era intelectualmente
Aquele vinho e momento improvável,
Que fizeram daquela uma noite memorável,
Tornando-a num ato de felicidade,
Mostrando que a virtude é feita de simplicidade.
A noite estendeu-se até ao amanhecer,
Entre retórica, pontos de vista e saber.
E para o brinde final desta história,
Repleto de compromisso, coragem e glória,
Todos concordaram em união,
Fazer uma profunda declaração:
“Mesmo que o amanhã não exista,
E alguém aqui presente não persista,
Este momento será recordado,
E na nossa memória para sempre registado.”
Os laços aqui criados,
Efémeros, mas admirados.
Eram maiores que o pensamento,
Tal como dizia o Zeca, com fundamento.
E quando alguém batia a bota,
É duro, mas digno de nota,
Todos pareciam entender,
Que a vida é curta e passa a correr.
E a razão para persistir e continuar
Encontravam-na à mesa, ou junto do bar.
Os seus debates eram intensos,
Complexos, amplos e densos.
Do futuro ao passado, da política à religião,
Mas neste dia, surgiu uma simples questão.
Sobre as virtudes de um desconhecido,
Um tópico novo, mas fugazmente debatido.
Revelando incertezas e interrogações,
Elevando aquilo que eram os seus padrões,
Culminando numa lição importante
Para além do óbvio, bem distante.
“Existirá um GOAT sem obsessão?
E o seu caráter é próximo da perfeição?
É egocêntrico? Refém do seu reflexo?”,
Disse a Coruja, tornando o assunto complexo.
“Concordo, mas eis a minha conclusão!”,
Declara o Texugo, sem hesitação,
“Não importa a capacidade ou a competência.
Ele deve inspirar e respeitar a sua audiência.”
“Brindemos a isso!”, exclama o Camaleão,
“Vinho servido e copos na mão!”
Furando o silêncio, e fora de si,
A Cabrita grita: “É o GOAT, o melhor que já vi!”
A reação global era fácil de perceber,
Espanto e surpresa, nada a dizer.
Este era um padrão difícil de entender,
Nem os sábios sabiam o que fazer.
Que ilações tirar desta exposição?
Qual o modo de avaliar esta visão?
Será este o melhor da sua geração?
Porque falou em vinho? Qual a ligação?
Entre as laranjas, e saída do nada,
Uma garrafa de vinho foi apresentada.
Luminosa, cativante e opulenta,
De nome GOAT e laranja de curtimenta.
“Voilà… laranja do Algarve e vinho,
Uvas divinas, arte e carinho.”
E com isto, aumentou o seu tempo de antena,
Por isso, continuou… voltando ao tema.
“E se o vinicultor não seguiu a sua paixão,
Seguiu o gosto, a moda ou a tradição?”